- 4 de fevereiro de 2025
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- Category: Siso

A extração dos dentes do siso é um procedimento odontológico comum, mas que costuma gerar muitas dúvidas. Esses dentes, também chamados de terceiros molares, normalmente surgem entre os 17 e 25 anos, período em que o organismo está finalizando seu desenvolvimento.
Em alguns casos, passam despercebidos, sem causar nenhum tipo de incômodo. Em outros, são responsáveis por dores, inflamações e até por prejuízos à arcada dentária. Mas, afinal, como saber o momento certo de retirá-los?
A função dos dentes do siso e o impacto da evolução humana
No passado, os dentes do siso tinham uma função importante. Serviam para triturar alimentos mais duros e fibrosos, típicos de uma dieta menos processada e mais agressiva aos dentes. Com a evolução da alimentação e das ferramentas utilizadas para prepará-la, essa função foi se tornando desnecessária. A arcada dentária humana também se modificou ao longo dos séculos, reduzindo o espaço disponível na boca.
Esse processo de adaptação fez com que, atualmente, muitas pessoas simplesmente não tenham espaço suficiente para acomodar os dentes do siso de forma adequada. Isso explica por que, com frequência, esses dentes nascem desalinhados, presos dentro da gengiva (inclusos) ou empurrando outros dentes — o que pode causar uma série de complicações.
Sinais de alerta: quando o siso começa a incomodar
O momento ideal para extrair o siso varia conforme o caso de cada paciente. No entanto, existem sinais que indicam que algo não está certo e que a avaliação de um dentista é indispensável. Entre os principais indícios, estão:
- Dor localizada, geralmente na parte posterior da boca;
- Inflamação na gengiva, com vermelhidão, inchaço e sensibilidade;
- Dificuldade para abrir a boca ou mastigar;
- Mau hálito persistente, mesmo com boa higiene;
- Infecções recorrentes, conhecidas como pericoronarites, que surgem quando o siso rompe parcialmente a gengiva e permite a entrada de bactérias;
- Desalinhamento de outros dentes, causado pela pressão exercida pelo siso;
- Cistos ou lesões, identificadas em exames de imagem.
A presença desses sintomas geralmente indica que o siso não está conseguindo erupcionar corretamente ou está interferindo na saúde bucal de modo geral. Nessas situações, a extração é recomendada como forma de evitar danos maiores.
Avaliação profissional e exames complementares
A decisão de remover ou não os dentes do siso deve sempre partir de uma análise clínica realizada por um dentista. Durante a consulta, o profissional examina a boca do paciente e solicita exames de imagem — geralmente radiografias panorâmicas — para verificar a posição dos dentes e sua relação com estruturas importantes, como os nervos e os ossos da mandíbula.
A partir dessas informações, é possível determinar se o dente pode permanecer ou se a extração é a melhor alternativa. Mesmo em casos em que os sisos ainda não causam dor, a remoção preventiva pode ser recomendada, especialmente se houver risco de problemas futuros.
Extração preventiva: por que é indicada em alguns casos?
A extração preventiva dos dentes do siso é uma conduta adotada com frequência por dentistas, principalmente quando o dente está incluso — ou seja, quando não consegue romper a gengiva. Nesses casos, o siso pode permanecer escondido por anos sem causar incômodo, mas ainda assim representar uma ameaça silenciosa.
Dentes inclusos podem empurrar as raízes dos dentes vizinhos, desgastar a estrutura óssea da mandíbula ou provocar cistos. Assim sendo, como estão localizados em regiões de difícil higienização, tornam-se focos de infecção. Por isso, extrair o dente antes que ele cause problemas é uma medida preventiva eficiente, especialmente em pacientes jovens, nos quais a recuperação costuma ser mais rápida e com menos complicações.
E quando o siso pode permanecer na boca?
Nem todos os dentes do siso precisam ser extraídos. Em casos em que há espaço suficiente na arcada dentária, o dente está completamente erupcionado e posicionado corretamente, e o paciente consegue realizar a higiene adequada, não há contraindicação para mantê-lo.
Nesses casos, o acompanhamento periódico com o dentista é essencial para garantir que não haja alterações com o tempo. Mesmo dentes aparentemente saudáveis podem desenvolver cáries ou outras doenças gengivais se não forem bem cuidados.
Idade ideal para avaliação
O acompanhamento do surgimento dos dentes do siso deve começar na adolescência. Por volta dos 16 a 18 anos, é indicado realizar a primeira avaliação com radiografia panorâmica. Nessa idade, o dentista já consegue identificar a formação dos sisos e prever sua trajetória de erupção.
Quando a extração é indicada, quanto mais cedo for realizada, melhor. Isso porque os dentes ainda não estão totalmente formados, o osso é mais flexível e a cicatrização costuma ser mais eficiente. Em adultos, o procedimento tende a ser um pouco mais delicado, mas segue sendo seguro e eficaz quando bem conduzido.
O procedimento e a recuperação
A extração dos dentes do siso é feita com anestesia local e, em alguns casos, com sedação leve. O tempo de cirurgia varia conforme a complexidade de cada caso — dentes inclusos ou com raízes curvas podem demandar mais tempo.
Após o procedimento, é comum que o paciente apresente inchaço, dor e dificuldade para mastigar nos primeiros dias. O uso de analgésicos e anti-inflamatórios, além de compressas frias e repouso, costuma ser suficiente para controlar os sintomas. A recuperação total leva, em média, de 7 a 10 dias, embora a maioria das pessoas retome suas atividades normais em menos tempo.
Riscos e cuidados
Embora seja um procedimento rotineiro, a extração do siso exige cuidados. Entre os riscos, estão infecções, sangramentos prolongados, lesão de nervos e dificuldades na cicatrização. No entanto, com a técnica adequada e o cumprimento das orientações pós-operatórias, essas complicações são raras.
É fundamental evitar alimentos quentes e duros nos primeiros dias, manter a boca limpa sem escovar diretamente o local da extração nas primeiras 24 horas e não fazer bochechos vigorosos. Também é importante seguir a prescrição médica rigorosamente e comparecer às consultas de retorno.
Cada caso é único
Saber quando extrair os dentes do siso é uma decisão que deve levar em conta diversos fatores: posição do dente, presença de sintomas, idade do paciente e possibilidade de complicações futuras. Embora muitos associem a extração à dor ou a algo traumático, o procedimento é, na verdade, uma medida preventiva e curativa que pode evitar desconfortos maiores.
O mais importante é manter o acompanhamento com um dentista de confiança, realizar exames regulares e seguir as orientações profissionais. A saúde bucal é parte essencial do bem-estar geral, e cuidar dos sisos é mais um passo nessa jornada.